Automedicação: uma prática mais perigosa do que se imagina
- Adachi Nakao
- 13 de mai. de 2022
- 2 min de leitura
A prática de tomar remédios sem avaliação prévia, orientação ou prescrição por um profissional de saúde é considerada um problema de saúde pública global para a OMS. Vamos entender o porquê?

Segundo dados da última pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ) sobre a automedicação no Brasil, 89% da população toma remédios por conta própria após seguir conselhos de prescritores leigos como familiares e amigos ou após fazer seu próprio autodiagnóstico em pesquisas no Google.
O imediatismo e o acesso fácil às informações parecem argumentos suficientes para justificar a automedicação como alternativa para tentar resolver um problema de saúde. O que muitos não sabem, porém, é que essa prática pode agravar a situação.
Automedicação pode intoxicar o seu corpo
O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) registra anualmente mais de 30 mil casos de internações por intoxicação medicamentosa e o Conselho Federal de Farmácia (CFF) corrobora esses dados: medicamentos são a principal causa de intoxicação no país fazendo pelo menos 3 vítimas a cada hora sendo a faixa etária das crianças a mais afetada.
Os sintomas que mais levam os brasileiros a tomar remédio por conta própria são dor de cabeça, febre e resfriado. Além desses, houve também aumento expressivo na automedicação para sintomas como ansiedade, estresse e insônia. Dentre os remédios mais utilizados, os campeões são os analgésicos, os antigripais, os anti-inflamatórios e os relaxantes musculares.
Fator agravante: uso inadequado de antibióticos
Além do risco de intoxicação, existem outras consequências sérias relacionadas à automedicação: o uso inadequado de antibióticos, por exemplo, pode comprometer a eficácia do tratamento e aumentar a resistência de micro-organismos; associar um medicamento a outro de uso habitual pode levar a interações medicamentosas, que por sua vez, podem anular ou potencializar os efeitos um do outro.
O alívio da dor obtido com algumas classes de remédios pode gerar dependência e abuso crônico.
Medicar sintomas sem acompanhamento não é cuidar da saúde.
O principal ponto a ser considerado é refletir se a automedicação não está impedindo ou atrasando o diagnóstico de determinada doença e, consequentemente, o acesso ao tratamento adequado.
Sabemos que a tentação é grande, mas medicações não podem ser usadas de forma indiscriminada, mesmo que não exijam receita médica. São substâncias poderosas, que aliviam sintomas, mas podem causar diversos efeitos colaterais em nosso corpo, além da dependência.
Em caso de dúvidas, procure sempre um profissional de saúde de sua confiança.
Você é integral e sua saúde também deve ser.
Abraço, Hilse & Tarsila.

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